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Cada orixá tem sua história, sua personalidade e domina um aspecto da realidade. Como nós, os orixás têm sentimentos: amam, sofrem, ficam tristes, alegres ou com raiva. Os orixás estão ligados às forças da natureza, como a água, o ar, a terra e o fogo. Em equilíbrio, essas forças movem nosso destino. O espaço habitado pelos orixás chama-se orum e o mundo dos homens chama-se aiê. O grande pai responsável pela criação de todas as coisas é Olorum.
Os orixás são homenageados com oferendas e sacrifícios. Cada um tem sua própria saudação, formada por palavras em idioma ioruba. Hoje em dia, os orixás estão presentes não apenas nos rituais religiosos, mas nas festas populares, no carnaval, na dança e na música. Também integram muitos outros aspectos da nossa cultura, como as artes plásticas, o cinema, o teatro, a moda e a gastronomia.
Mas nem sempre foi assim. Durante um grande período da nossa história, por estar ligado aos escravos, aos negros e aos pobres de um modo geral, o culto às divindades africanas era proibido e reprimido. Para sobreviver, houve época em que as religiões afro-brasileiras misturou-se ao catolicismo, um fenômeno conhecido como sincretismo. Os fiéis passaram a identificar os orixás aos santos católicos. Foi assim que, no candomblé, por exemplo, Oxóssi acabou se identificando com São Jorge, Ogum foi associado a Santo Antônio, e Iansã assimilada à figura de Santa Bárbara.
Quando cultuamos nossos orixás, cultuamos também as forças elementares oriundas da água, da terra, do ar, do fogo, etc. Essas forças em equilíbrio produzem uma enorme energia (asé), que nos auxilia em nosso dia a dia, ajudando para que nosso destino se torne cada vez mais favorável. Sendo assim, quando dizemos que adoramos deuses, nós nos referimos a estarmos adorando as forças da natureza, forças essas pertencentes a criação do grande pai. Pai esse conhecido por nós como "Ólorun"ou Olodumaré (Deus supremo).
No Brasil, erroneamente, diz-se que Oxalá é o pai maior. Na verdade, Oxalá é um dos mais velhos, Orixá Fun Fun. Orisála por ser sincretizado no Brasil com Jesus Cristo, é cultuado como "Orisá maior", no Brasil o mais respeitado e o mais velho entre os Orixás. A grande maioria das nações africanas anterior a era cristã, conheciam a existência de Ólorun como grande criador, ser fundamental.
Quase todos os Orixás tiveram uma curta passagem pelo nosso mundo, após fatos heróicos ou divinos, encantaram-se e retornaram ao Orun (céu), deixando para nós, segredos e ensinamentos, encurtando a ligação do material ao espiritual.
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