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O Retumbão pode ser considerado a dança favorita dos integrantes da Marujada de Bragança. O ritmo seria uma variação do Lundu. Quanto à coreografia, nada tem de semelhante. O ritmo e a forma como é dançado dão-lhe uma característica própria e um isolamento que não permitiu acréscimos de outros ritmos. Dança de pares com coreografia marcada pelo início da apresentação, quando os cavalheiros dançam sozinhos e depois convidam as damas, com quem dançam por algum tempo, terminando por deixá-las sós. Após exibições individuais, elas escolhem cavalheiros e com estes dão prosseguimento à coreografia de volteios completos em torno de si mesmas, em volta do par, recuos e avanços, terminando com o entrelace de braços, ora com o próprio par, ora com o par vizinho. Os passos são acompanhados de forte castanholar dos dedos. As mulheres, a um descuido do cavalheiro, costumam enfiá-lo debaixo da ampla saia e assim enlaçá-lo pelo pescoço.
A indumentária é muito bonita. Homens vestem calças e camisas brancas com um laço de fita de cetim vermelho amarrado no braço direito. Usam chapéu de palha, revestido de morim branco, enfeitado com fita de cetim, larga, como uma barra, cujas pontas, entrelaçadas, pendem para o lado direito.
Inicialmente, as primeiras roupas das mulheres foi cedida pelas sinhás e consistiam de vestidos que estas não usavam mais por estarem fora de moda. Depois as marujas paramentavam-se com saias de chitão, o mais colorido possível e blusas de rendão branco que iam aproximadamente até o meio das coxas. Posteriormente essa vestimenta foi modificada, e hoje elas trajam uma saia vermelha, bem franzida, blusa de cambraia branca bordada e, sobre esta, uma faixa larga de fita vermelha de gorgorão, com uma grande rosa do mesmo material. O ponto alto da indumentária feminina é o chapéu. Este, é de palha, forrado de tecido branco, com uma espécie de armação de arame onde ficam as flores feitas de penas de pato, brancas. Essas flores cobrem inteiramente o chapéu, de cujas abas pendem doze fitas largas, de cores diversas, bem compridas. A Capitoa, sempre a mais velha do grupo, carrega na mão, um bastão dourado, o símbolo da sua autoridade. Homens e mulheres dançam, sempre, descalços.
As apresentações são, preferencialmente, no período que vai de 25 de dezembro até o dia 6 de janeiro, do ano novo. É interessante registrar que, no dia 25 de dezembro, as mulheres dançam com saias azuis e os homens com camisas da mesma cor. Já no dia 26, quando São Benedito é festejado, é que as mulheres usam as saias vermelhas, e os homens a roupa branca.
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