A Puxada de rede é uma atividade comum no litoral do Brasil sendo praticada por pescadores e responsável pelo sustento de muitas famílias brasileiras. Devido à sua extrema beleza o ritual da “puxada de rede” foi levado para espetáculos associado à capoeira.
O ritual da “puxada de rede“ é praticado por um grupo de homens, comandado pelo Mestre do mar. Preparam as redes usando calças curtas ou calções e chapéu de palha.
A rede é lançada ao mar quando começam os cantos. Logo depois o Mestre dá o sinal para recolher a rede, onde inicia-se a “puxada da rede” retirando-a do mar. Suas mulheres os ajudam na beira da praia, onde esperam ansiosas a pescaria cantando e batendo palmas.
Os peixes são limpos e a boa pescaria é agradecida e comemorada.
A peça retratada na puxada de rede, conta a história de um pescador que ao sair para o mar para fazer o sustento da família, em plena noite, despede-se de sua mulher que acaba por ter um mau pressentimento. Preocupada com a partida do marido ela o assusta dizendo dos perigos de sair à noite, mas o pescador sai e a deixa chorando e os filhos assustados.
Mesmo assim o pescador sai para o mar e leva consigo uma imagem de Nossa Senhora dos Navegantes, seus companheiros e a benção de Deus. Muito antes do horário previsto para a volta dos pescadores, que seria às cinco horas da manhã, a mulher do pescador, que ficou na praia esperando a hora do arrasto, teve uma triste visão: ela vê o barco voltando com todos à bordo muito triste e alguns chorando.
Na manhã seguinte, quando os pescadores desembarcam, ela dá falta do marido e os pescadores dizem que ele caiu no mar por conta de um descuido e, devido à escuridão da noite, não foi possível encontrá-lo, ficando ele perdido na imensidão das águas.
Ao amanhecer, quando foram fazer o arrasto na praia, já com o dia claro, todos viram no meio dos poucos peixes que vieram, o corpo do pescador desaparecido. A tristeza foi instantânea e o desespero tomou conta de todos ali presentes.
Prosseguem-se então os rituais fúnebres do pescador, sendo levado à sua morada eterna pelos amigos que estavam com ele no mar. Seu corpo segue carregado nos ombros, pois a situação financeira não comportaria a compra de uma urna. O cortejo segue pela praia.